29/10/2008

Por que a queda do dólar afeta as exportações?

por Aline Ramos
Exporta-se menos e importa-se mais. Esses são os principais reflexos econômicos quando se fala da relação entre a queda do dólar e as exportações brasileiras.
A baixa cotação da moeda americana tem dois efeitos opostos. Por um lado, com a queda, as empresas têm condições de renovar o parque industrial e comprar máquinas. Por outro, as companhias brasileiras sofrem a concorrência dos produtos estrangeiros e os exportadores recebem remuneração menor, já que os produtos nacionais ficam, em tese, mais caros lá fora, o que desestimula vendas e, por conseqüência, o lucro obtido.
Pedro de Miranda Costa, professor de economia da PUC-Campinas, economista formado pela Unesp e mestre em Engenharia de Produção pela UFSCar, confirma que uma queda no valor da moeda americana é desfavorável para as exportações, mas revela que “não se pode dizer que uma queda fará com que as exportações diminuam, pois existem outros fatores, além do dólar, que influenciam a desvalorização da moeda americana”.
Ele também revela que existem políticas de incentivos na forma de isenções ou suspensão de impostos de produtos destinados ao mercado externo para tentar amenizar os efeitos de uma valorização do real. Outras formas são os ACC (Adiantamentos de Contrato de Câmbio). “Essas medidas permitem duas coisas: que o exportador receba antecipadamente o valor exportado e que troque os dólares por reais a um preço mais vantajoso para ele”, complementa.
O quadro da economia atual, porém, apresenta a alta do dólar, e isso, em princípio, é favorável aos exportadores. Mas já existe grande preocupação com a exportação de produtos, uma vez que essa alta da moeda americana está num contexto de crise econômica global, que pode afetar, e já está afetando, tanto o crédito aos exportadores como a demanda externa.
Do ponto de vista econômico, uma moeda é como se fosse outro produto qualquer. Se a procura por ele é grande, ou se há pouca oferta, seu preço sobe. No caso do dólar, sua alta está relacionada com o volume de entrada da moeda versus o de saída – que tem sido muito maior, já que investidores estrangeiros têm deixado o país por causa da crise mundial –; além deste, há outros fatores, como volume de exportações, pagamentos de juros, remessas de lucros por empresas multinacionais, volume de investimentos estrangeiros, aumento do risco-país entre outros que têm conseqüências diferentes para a economia.

23/10/2008

Por que investir em imóveis?

por Daniella Rolim
Num período de 24 meses, o Federal Reserve, banco central americano, derrubou a taxa de juros de 6% ao ano para 1% ao ano para estimular a economia. Esse dinheiro fácil inundou o mercado, fez dobrar o valor das moradias e estimulou as empresas a emprestar sem critérios e sem garantias, com base em inovações do mercado financeiro.
Essa ficção financeira movimentou US$ 1,5 trilhão e ajudou os bancos de investimento a movimentar muito mais dinheiro do que poderiam em circunstâncias normais. Quando o preço das casas começou a cair – ou seja, voltar ao normal -- e os endividados deixaram de pagar as prestações dos imóveis, tudo ruiu. Esse é o cenário da economia atual. Por que então o setor imobiliário, onde todo esse caos começou, gera tantos atrativos por parte dos investidores?
Do universo dos investimentos alternativos, o investimento imobiliário ganha peso, não só pelas rentabilidades que tem proporcionado, mas também pelo desenvolvimento que esse segmento tem mostrado nos últimos anos.
Para o gerente de uma imobiliária de Campinas Sérgio Fogaça é possível sim boa rentabilidade no setor imobiliário, desde que a aplicação seja feita com base em informações detalhadas do mercado. “No caso dos imóveis, é preciso considerar a valorização do bem, que pode ser potencializada se o investidor conhecer o setor e souber em qual região aplicar”, explica.
Segundo pesquisas feitas pelo Sindicato do Setor Imobiliário de São Paulo (Secovi), em 2007, investir em imóveis para locação rendeu mais do que a poupança. Enquanto a locação teve rentabilidade média de 0,8%, a poupança rendeu em torno de 0,6%, na média do ano.
Estatísticas e perspectivas animadoras tendem a atrair número cada vez maior de investidores para o setor. Comprar um imóvel pode ser boa opção de investimento se forem seguidas algumas recomendações, como ficar atento ao cenário atual do mercado financeiro e escolher a melhor época para investir. Independentemente das oscilações do mercado, obter lucro em qualquer transação comercial requer, obrigatoriamente, uma eficiente estratégia de negócio.
Crédito tende a diminuir -- Entretanto, é válido ressaltar um fator importante: a forte queda da Bolsa e a paralisação do crédito atingiram as construtoras brasileiras, e o número de empreendimentos lançados deve sofrer forte redução nos próximos meses. A previsão foi feita pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Sérgio Watanabe. Embora o sistema de financiamento da compra de imóveis (poupança e FGTS) esteja fora da crise, as construtoras estão sendo obrigadas a financiar a execução da obra num cenário pouco amistoso para a tomada de crédito.

22/10/2008

Por que o preço da gasolina tem três dígitos depois da vírgula?

por Emily Mendes
Você saberia responder por que alguns preços, como o dos combustíveis, têm três algarismos depois da vírgula se nossa moeda é dividida em centavos e não em milésimos? E, afinal, qual a relevância de um milésimo de real, sabendo que um centavo muitas vezes não faz tanta diferença?
Segundo o professor de economia da PUC-Campinas Pedro de Miranda Costa pode parecer que não, mas num produto com valor unitário baixo, em forma de um milésimo de real, essa casa a mais faz diferença no preço total.
Ele explicou que é como comparar, em termos de significância relativa, a equivalência entre um produto que custa R$ 1,999 (um real e novecentos e noventa e nove milésimos) a outro produto, por exemplo, que custe R$ 1.999 (mil novecentos e noventa e nove reais).
Segundo Costa, isso é mais comum em preços como o dos combustíveis porque se trata de um produto que dificilmente é adquirido na quantidade em que o preço é estabelecido, ou seja, 1 litro. Freqüentemente (a compra) é de mais de 10 litros, por isso o economista ressalva que, mesmo tendo preços com precisão de milésimos, ele só pode ser pago com reais e centavos de reais, o oficial da moeda brasileira.
E o que não parece fazer diferença no bolso do consumidor faz – e muita – no do comerciante. Proprietário de três postos de gasolina, Anis Abdelnor explica que devido ao grande volume que circula na bomba, se não tivesse a terceira casa isso daria uma grande variação de preço. O exemplo é simples: se você pegar o valor de R$ 0,05 e multiplicar por 2 milhões de litros, por exemplo, o resultado é R$ 100 mil. Mas se multiplicar por R$ 0,051 o resultado será de 102 mil, diferença de R$ 2 mil apenas por causa de um mísero número 1 após o valor de 5 centavos. “Esse milésimo de centavo no final das contas é bastante relevante se levarmos em conta os volumes de abastecimento diários”, explica Abdelnor.
Os mililitros, que são a milésima parte do litro, também são cobrados. Por exemplo, se ocorre o abastecimento de 3,44 litros e o preço da gasolina é de R$ 3,12 você pagará R$ 10,7328 -- arredondando, R$ 10,73. Mas se o posto usa três casas no litro (3,445) e três casas na moeda (R$ 3,123) o preço final será de R$ 10,758735 -- o que equivale a R$ 10,76. Uma diferença pequena (3 centavos) no bolso do consumidor, mas se o posto fizer essa operação 1.000 vezes ao dia terá uma receita extra de R$ 10.950 em um ano. Dá até para comprar um carrinho.

Por que a taxa Selic não deve cair este ano?

por Cristiane Balloni
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reajustou em setembro a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual. A taxa de juros que remunera os títulos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) estava em 13% ao ano e passou a 13,75% com a intenção de manter a inflação dentro das metas estipuladas pelo governo federal.
Nos dias 28 e 29 de outubro o Copom se reunirá novamente para outra discussão. A expectativa é de que a Taxa Selic se mantenha alta pelo menos até o fim deste ano. Segundo o economista Rodrigo Lepski, o juro básico elevado no caso brasileiro se deve ao fato de os títulos brasileiros serem considerados mais arriscados do que os norte-americanos, por isso a volatilidade maior no preço. “Ativos mais arriscados indicam taxas de retorno mais elevadas”, resume. “Quando ocorre uma instabilidade como a atual, os investidores procuram ativos mais seguros. Para os países detentores de perfil de risco maior (como o Brasil) só resta aumentar ainda mais a taxa de referencia para os mercados.”
A taxa Selic, também conhecida como taxa média do over, é a taxa que remunera os títulos públicos. Definida periodicamente pelo Banco Central, ela é referência básica para os investidores definirem sua taxa de captação e empréstimo, pois trata-se do risco mínimo de aplicação pela pressuposição de que o governo é a entidade de credibilidade máxima como instituição participante do mercado financeiro. Essa taxa não é fixa e varia praticamente todos os dias, mas dentro de um intervalo muito pequeno, já que, na grande maioria das vezes, ela tende a se aproximar da meta da Selic.
“Como os mercados financeiros internacionais estão extremamente interligados, a remuneração dos títulos dos diferentes países são interdependentes. Dessa forma, o Brasil não pode fixar sua taxa a um patamar abaixo do seu perfil de risco, uma vez que isso incorreria na saída dos investimentos”, afirma Lepski.

Por que o dólar sobe? Vai continuar subindo?

por Tiago Stachetti Batoni
Os mercados financeiros ao redor do mundo vivem momentos de grande instabilidade. Os investidores desconfiam da saúde financeira das organizações, vendem ações e buscam proteger o capital em investimentos e mercados considerados historicamente mais seguros. Estas são as principais causas da valorização do dólar frente ao real. Desde o dia de agosto, quando iniciou a tendência de alta, a moeda americana valorizou-se 54%, saltando de R$ 1,55 para R$ 2,39 em apenas 68 dias.
Para a economista Maryse Farhi, professora do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), não se pode ainda prever até onde chegará a valorização da moeda americana, pois esta resposta está ligada à extensão da crise mundial, ainda difícil de ser mensurada. “A grande dificuldade no momento é aquilatar a profundidade desta crise econômica internacional”, diz. “O impacto sobre o Brasil será determinado por essa dimensão. Se muito profunda ou prolongada serão percebidas quedas nas exportações e fuga de capitais do país em busca de segurança.” E o resultado desse cenário levaria, segundo ela, a uma maior depreciação do real.
O pânico no mercado internacional foi iniciado após a divulgação de grandes perdas em carteiras de financiamento imobiliário nos Estados Unidos, e a conjuntura atual já pode ser considerada a maior ameaça enfrentada pelo sistema capitalista desde 1929. Para se ter uma idéia, o índice Dow Jones - principal indicador acionário dos Estados Unidos - registrou no dia 29 de setembro a maior queda da história: 777 pontos, mais do que os 684 pontos perdidos após o ataque às torres gêmeas em 2001.
Apesar de recentes declarações do presidente Lula afirmando que o Brasil estaria blindado contra os efeitos da crise, o economista André Biancareli acredita que em uma economia globalizada é impossível que qualquer país coloque-se à margem de uma situação como essa. Segundo ele, há uma inversão no cenário observado há alguns meses. “O mercado internacional, que vinha em um ciclo muito positivo, desaqueceu completamente”, diz. “O preço das commodities está em queda e isso afeta diretamente as exportações e a taxa de câmbio no Brasil. Não é exagero afirmar que a crise colocou o dólar em um novo patamar frente ao real.”
Maryse Farhi concorda que é impossível o Brasil não sofrer com os efeitos da crise, mas acrescenta que, apesar das instabilidades, o país está muito mais preparado para enfrentá-la do que estava havia alguns anos. “Parte das precauções necessárias para amenizar os efeitos de uma crise internacional foram tomadas com o forte aumento das reservas em divisas, e isso garante certa tranqüilidade”, afirma Maryse. “Mas a melhor vacina continua sendo o incentivo a uma sólida demanda interna que garanta a continuidade do crescimento econômico mesmo diante de um cenário internacional adverso.”

13/10/2008

Por que a Bolsa cai?

por Ana Flavia Blanco
As bolsas de valores são um mercado de negociação de ações de empresas de capital aberto. Qualquer pessoa pode investir em ações e realizar transações de compra e venda de títulos, através de uma corretora, que é quem representa -- fisicamente e muitas vezes aos berros -- o investidor. No caso brasileiro, na Bovespa, em São Paulo. Os valores dessas ações variam o tempo todo a partir das compras e vendas realizadas. Quando a empresa não está bem financeiramente ou passa por um período de prejuízos ou então o cenário externo está critico, como agora, o valor de suas ações cai pois os investidores vendem ações a fim de proteger o capital. E quando muitos investidores vendem ao mesmo tempo o preço da ação cai. É a chamada lei da oferta e procura. Em resumo, a Bolsa cai quando muitos investidores vendem suas ações.

Por que a Bolsa não parava de cair?

por Ana Flavia Blanco
Se o movimento financeiro no mercado de ações varia o tempo todo, por que só se fala que a Bolsa não pára de cair? A crise atual da Bolsa de Valores, na verdade, é uma crise mundial. Não é só no Brasil que está mal. Europa e Ásia também enfrentam crises, piores. E tudo isso é reflexo da crise americana no setor imobiliário, quando americanos hipotecavam suas casas e usavam essas como forma de garantia para outras hipotecas, de valores mais elevados. Os bancos financiaram esses imóveis e os preços foram subindo. Num determinado momento, havia muito crédito disponível, e parte dos americanos não conseguiu pagar, fazendo desmoronar o mercado. Com muito crédito, o preço dos imóveis havia diminuído e valia, muitas vezes, menos do que o valor hipotecado que estava no contrato. Com isso grandes bancos quebraram, arrastando todo o mercado financeiro. Como os Estados Unidos são o maior mercado financeiro do mundo, a crise se alastrou e chegou rapidamente a todo o mundo.
Com os Estados Unidos em crise, investidores estrangeiros põem a venda suas ações nos mercados do mundo inteiro para fazer caixa. Com isso, há queda da Bolsa. Investidores nacionais, frente à queda, têm medo de comprar ações hoje e ter de vendê-las amanhã por um preço abaixo. Com, isso, eles também saem vendendo o que têm, contribuindo para a queda se acentuar.


Por que dá para ganhar com a Bolsa em queda?

por Ana Flavia Blanco
Vitor Mori Tedesco, 24 anos, é investidor na Bovespa desde 2006 e, há um ano, age como especulador. Tedesco sente no bolso o prejuízo por causa da crise, quando estava acostumado a perder cerca de 1% com as variações das ações e perdeu, apenas na última semana de setembro, 30% do capital aplicado. Mas ele está confiante. Diz que o medo dos investidores é um dos agentes que provocam as quedas. Para ele, uma vez que o governo brasileiro e diversos organismos internacionais já liberaram empréstimos de emergência, embora ainda não suficientes, para que a crise se contenha, a tendência é que a Bolsa se recupere logo. A dica agora é analisar as empresas que têm ações na Bolsa e comprar barato papéis daquelas que têm tendência a subir.

12/10/2008

Por que é bom investir na Bolsa?

Por Fábio Trindade
Com o histórico recente de alta lucratividade em pouco tempo, muitos brasileiros começam a considerar o investimento em Bolsa de Valores como forma de aumentar os ganhos, mesmo sem conhecer exatamente o funcionamento do mercado financeiro. No entanto, o primeiro passo para investir com segurança é saber que o mercado de ações apresenta riscos de lucro ou prejuízo, que podem ser maiores ou menores de acordo com o grau de agressividade do investidor e conjunturas da economia local e mundial.
Para o economista formado pela PUC-Campinas Davitor Scorsato, mesmo diante das instabilidades desse tipo de investimento, o mercado de ações pode ser um bom negócio. “O investidor precisa ter consciência de que a Bolsa de Valores é tipicamente um investimento de longo prazo”, afirma. “Respeitando essa premissa básica e tendo disciplina, as possibilidades de ganho são praticamente certas.”
Também para Maryse Farhi, professora e economista da Unicamp, o investimento na Bolsa é bom negócio, pois no longo prazo os ganhos no mercado de ações são muito maiores do que o resultado de um investimento em renda fixa. Uma boa estratégia para aproveitar esses ganhos, segundo ela, é saber selecionar os papéis com projeção de alta. Mas há outras alternativas. “Um momento de crise como este pode também ser bom negócio”, diz. “Enquanto a maioria dos investidores se desespera e vende ações, aquele investidor mais atento pode aproveitar para entrar na Bolsa e comprar papéis a preço de banana.”
E para quem ficou animado com as perspectivas de ganhos na Bolsa de Valores, Davitor dá mais alguns conselhos. Ele diz que o mercado financeiro é um constante sobe-e-desce, e ganha mais dinheiro aquele investidor que sabe exatamente o melhor momento de tomar uma decisão de compra ou venda. “Invista em ações apenas o dinheiro que não está comprometido a curto prazo, e não se desespere logo nas primeiras perdas”, afirma. “Como se diz normalmente no meio financeiro, ‘dinheiro de bolsa não pode ser o dinheiro do leite, e sim o dinheiro do whisky’.”

Por que a alta do dólar ajuda as exportações?

por Natasha Fernandes de Almeida
O dólar alto estimula as exportações de um país ao tornar mais baratos os produtos e serviços produzidos neste país comprados por estrangeiros. Isso ocorre porque com a valorização do dólar, a moeda nacional, o Real, no caso do Brasil, fica desvalorizado e um produto fabricado aqui fica barato diante do mercado financeiro, que se pauta pelo preço da moeda norte-americana.
Segundo o economista do BNDES João Paulo Pieroni, para entender como isso ocorre é necessário entender o conceito de taxa de câmbio. "A taxa de câmbio expressa o valor da moeda nacional em relação à moeda estrangeira (no caso, o dólar) e é utilizado para conversão dos pagamentos e recebimentos de transações com o exterior", afirma Pieroni.
No Brasil, a taxa de câmbio em agosto de 2008 estava em R$ 1,75, equivalente a U$$ 1. Quando há um aumento da taxa de câmbio, por exemplo, para R$ 2,40, há uma alta do valor do dólar em ralação à moeda nacional. Um produto brasileiro cujo preço de exportação era de R$ 10.000, valia no primeiro período, em dólar, US$ 5.714 (10.000/1,75). Com a subida do câmbio para R$ 2,40, o mesmo produto é comprado, em dólar, por US$ 4.166 (10.000/2,40). Ou seja, o aumento do câmbio torna mais barato os produtos nacionais em termos da moeda estrangeira, estimulando sua demanda e conseqüentemente, as exportações.
Em geral, a alta do dólar ocorre quando mais agentes (pessoas, bancos, corretoras) demandam esta moeda e, como a oferta é limitada, seu preço sobe em relação a outras moedas.

Por que Vinhedo sobe em ranking de municípios?

por Aline Ramos
As cidades da região de Jundiaí e Campinas foram destaques no IFDH (Índice Firjan de Desenvolvimento Humano), pesquisa nacional elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro divulgada em agosto. A melhora mais significativa em relação à pesquisa do ano passado foi apresentada por Vinhedo, que avançou 39 postos no ranking nacional, ocupando agora a 23ª posição. Em termos estaduais, o salto foi de 30 posições e o município ocupa a 22ª colocação. O levantamento avaliou a situação de 5.564 cidades brasileiras nos setores de educação, saúde e emprego.
O diretor de Comunicação da Prefeitura de Vinhedo, Eduardo Gurian, diz que o grande salto de posições da cidade ocorreu devido a um conjunto de melhoras dos três itens analisados pelo Índice Firjan, em especial ao crescimento de empregos, inclusive com carteira assinada. “Apenas em 2005, época em que a pesquisa iniciou, 26% das pessoas empregadas (6 mil trabalhadores) estavam com empregos formais”, afirma.
Ele também revela que analisando apenas o quesito emprego do Índice Firjan, Vinhedo subiu da posição 472 (levantamento do ano 2000) para a 109 (em 2005). No setor de empregos e renda, além do número de empregos formais, foram analisadas variáveis como geração de emprego formal e salários médios do emprego formal.
Outro fator que contribui para o bom desempenho, segundo Gurian, foi a área da educação. O município sofreu uma reestruturação e reformas nas escolas, o que gerou aumento de vagas e melhora no desempenho dos alunos nos exames do Ministério da Educação. O IFDH da Firjan, na área educacional, levou em consideração as taxas de matrícula infantil, dados de abono e de distorção idade-série, além do percentual de docentes com ensino superior, média de horas/aulas diárias e resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Na saúde, avaliou-se o número de consultas pré-natal, óbitos por causas mal definidas e óbitos infantis por causas evitáveis, segundo dados do Ministério da Saúde.

08/10/2008

Por que o aumento dos juros não assusta empresários?

por Fábio Trindade
A tendência de aumento dos juros e da inflação em 2008 parece não afetar as previsões dos empresários em relação à alta no faturamento para o terceiro trimestre do ano. Segundo a Pesquisa Serasa de Perspectiva Empresarial, 90% dos entrevistados acreditam que não sofrerão quedas em seu faturamento, sendo que quase 70% esperam alavancar o rendimento, já que o aumento de consumo da população brasileira cresce cada dia mais. Foram entrevistados 1010 executivos (presidentes, diretores e economistas-chefes) de empresas dos setores de indústria, comércio, serviços e instituições financeiras do país, entre os dias 2 e 10 de junho deste ano.
Segundo estudo recente feito pela LatinPanel, divulgado no final de agosto, os níveis de consumo dos brasileiros cresceram em todos os sentidos de 2006 para 2007. O volume médio subiu um ponto percentual, enquanto o gasto médio aumentou 6%.
Para o economista André Martins Biancareli, professor de economia do Instituto de Economia da Unicamp, esse não é um cenário favorável para o país. “O Banco Central não gostaria que esse aumento de consumo continuasse ocorrendo, já que existe inflação de demanda no país", diz. "O problema é que um dos fatores que contribuem para o aumento do consumo é o crédito no mercado, que cada vez mais está mais fácil de conseguir.”
Algumas alternativas estão sendo propostas para tentar segurar esse crescimento de consumo, que pode ser seguido de inadimplência. Primeiramente, uma avaliação mais rigorosa em relação à liberação de crédito para os consumidores, analisando o histórico no mercado. Também se estuda a limitação do número de parcelas, diminuindo as taxas de juros em cima de juros e permitindo controle maior ao consumidor de suas dívidas. Mas Biancareli afirma que enquanto a sociedade brasileira não conseguir ser mais organizada com seu dinheiro, sempre sofreremos com problemas como esse. "Indiferentemente do que se faça no mercado econômico.”

Por que o dólar barato pode ser bom e ruim?

por Tiago Stachetti Batoni
O real apresentou forte tendência de valorização perante o dólar nos últimos anos. Para se ter uma idéia, a moeda americana, que já chegou a ser negociada próximo dos R$ 4,00 no final de 2002, vale hoje menos da metade desse valor, mas segue uma tendência de alta.
Para o economista André Martins Biancareli, professor do Instituto de Economia da Unicamp, levando-se em conta os fundamentos teóricos da economia, o dólar não deverá se desvalorizar ainda mais. “Esta conjuntura cambial não é um problema de hoje, mas uma realidade percebida desde 2005. Acredito que taxas próximas a R$1,50 como aconteceu há poucos meses dificilmente voltarão”, afirma.
O primeiro efeito de uma valorização do real frente ao dólar seria a diminuição da capacidade de exportação das empresas nacionais, pois elas perdem competitividade. No entanto, segundo André, são diversos os fatores que podem influenciar um mercado, e isoladamente não se pode dizer que um movimento como esse é necessariamente bom ou ruim: “Na economia, existem interesses muito conflitantes. o que se observou nos últimos anos foi que as empresas exportadoras de commodities e minérios não foram tão prejudicadas quanto o previsto, pois mesmo com o dólar em queda, como estava, o valor dessas mercadorias em dólar subiu no mercado internacional”.
Já um fator positivo do dólar barato é a possibilidade de modernização das indústrias nacionais e redução dos preços praticados no mercado interno, pois facilita a importação de máquinas, equipamentos e itens de consumo. No entanto, se a tendência se mantém por um período muito prolongado pode levar à falência alguns setores da economia, afetados pela concorrência com produtos vindos de outros países.
Ainda segundo o economista, apesar de a taxa básica de juros brasileira continuar atraente se comparada a outros países emergentes, já se pode perceber fuga de capitais causada pela eminência de uma crise internacional, e isso provavelmente impedirá que o dólar se desvalorize ainda mais. "Essa fuga é preocupante. Para se ter uma idéia, grande parte dos analistas prevê que a balança comercial brasileira terá, já neste ano, um resultado inferior ao previsto, e que em 2009 são grandes as chances de déficit.”

Por que o risco-país mexe na economia?

por Natasha Fernandes de Andrade
O risco-país serve como orientador aos investidores. Ele indica os riscos de se fazer negócio em uma determinada economia. Quanto maior for o risco, menor será a chance do país de atrair investimentos estrangeiros. Trata-se de um indicador do grau de instabilidade econômica, ou seja, mede o risco para os investidores estrangeiros. Isso faz com que a avaliação se torne decisiva aos países emergentes.
Segundo o economista Paulo Adani, professor da faculdade de economia da Puc-Campinas, o risco-país se refere à capacidade de pagamento da dívida externa. Esse índice é calculado por bancos de investimentos e agências de classificação. A taxa é medida através da avaliação de aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre arrecadação e dívida de um país.
O banco de investimentos JP Morgan possui um dos índices mais utilizados pelo mercado. Por sua avaliação, o risco está condicionado ao juro médio pago a mais em relação aos títulos do tesouro emitidos pelos Estados Unidos. “No Brasil, hoje o risco está em 230, o que equivale a 2,3% ao ano acima da taxa de juros dos Estados Unidos”, diz. “Em 2002, 2003 quando Lula assumiu o país, a taxa estava em 2.700 pontos, ou 27% ao ano.”
O economista também explicou que existem as notas de risco, ou “ratings”, que são sinalizados por agências e bancos sobre a capacidade de crédito de um país. Com isso, os investidores têm fácil acesso aos números e uma espécie de termômetro do risco de se investir em cada país.

Por que a venda de autos aumentou?

por Emily Mendes
Em junho, a Anfavea (Associação Nacional dos Frabricantes de Veículos Automotores) revisou suas projeções para 2008 e divulgou que espera produzir mais de 3,4 milhões de veículos (automóveis, caminhões e ônibus), crescimento de 18% em relação aos 2,9 milhões de unidades produzidas em 2007. Dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mostram que 2007 já havia sido um ano excelente para o setor automotivo. Nos primeiros 11 meses do ano passado, as vendas subiram 30,73% em relação ao mesmo período de 2006.
A economia aquecida e a busca por carros biocombustíveis são fatores que têm influenciado o aumento nas vendas de veículos. Segundo dados divulgados pela Anfavea, 87,6% dos automóveis e comerciais leves e importados vendidos no mercado interno em julho são bicombustíveis.
O aumento nas vendas pode ser verificado tanto nas capitais como em cidades do interior, que também apresentaram crescimento acentuado. Com cerca de 180 mil habitantes, Indaiatuba, interior de São Paulo, possui uma frota total de 100 mil veículos, 58 mil a mais que em 1998, quando a frota chegava a 42.387. “A quantidade mais que dobrou em 10 anos, a cada ano temos mais de 6 mil novos veículos nas ruas da cidade”, afirma o encarregado da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) da cidade, Arnaldo Mazeto Siqueira.
Segundo Jocimar Martins, proprietário de uma revendedora de veículos em Indaiatuba que atua na área desde 1994, outro fator que impulsionou o crescimento nas vendas foi a facilitação do financiamento do valor total do veículo. “O boom no mercado se deu pela variedade de carros e motos, pela opção de o carro ser a álcool ou a gasolina, mas principalmente pelos bancos, que estão cada vez mais facilitando o empréstimo”, diz Martins. “Antigamente era mais comum a compra à vista e hoje a gente vende muito mais a prazo.”
De acordo com as estimativas do operador financeiro da Finasa Renato Simões, em Indaiatuba os empréstimos por meio de financiadoras oscilam em torno de R$ 10 milhões mensalmente. “Só a Finasa chega a emprestar cerca de R$ 1,8 milhão por mês para financiamento de veículos”, afirma. “Acredito que sejam cerca de R$ 10 milhões de contratos feitos e mais R$ 10 milhões de contratos negados.”

Por que o preço dos alimentos tem variado?

por Cristiane Balloni
A mudança no preço dos alimentos nos últimos quatro meses deve-se ao aquecimento da economia e pela incorporação do consumo de certos produtos por parte da população mais pobre. Essa oscilação de preços se transformou em um dos maiores desafios mundiais e foi motivo de manifestações preocupadas de organismos como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
No Brasil, a inflação dos alimentos atingiu 14,6% em 12 meses terminados em julho, o que correspondeu a mais que o dobro da inflação geral, de 6,2%. Itens como a carne bovina, o óleo de soja, o arroz branco, a batata-doce e os derivados do trigo foram os que mais sofreram reajustes.
O economista Antonio Carlos Lobão explica por que isso acontece. “Existe um tempo entre a oferta e a demanda. A demanda pode oscilar rapidamente enquanto a oferta não consegue acompanhar essa oscilação”, diz. “Isso gera grandes aumentos ou grandes quedas de preços.”
Os dados inflacionários de agosto parecem confirmar a alta variação de preços. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou que a prévia da inflação oficial brasileira caiu praticamente pela metade na passagem de julho para o mês seguinte graças principalmente pelas despesas com alimentação. Em agosto, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) subiu 0,35% -- em julho, a alta foi de 0,63%. Com esse resultado, o índice acumula 4,69% em 2008, ainda acima do igual período do ano anterior (2,85%).
O economista disse que essa instabilidade não tem previsão para acabar. “A gente não pode esquecer que os alimentos estão sujeitos a variações do clima e à especulação. Isso tudo faz com que os preços sempre estejam mudando.”

Por que é bom procurar emprego em fim de ano?

por Ana Flavia Blanco
Época tradicional de aumento da oferta de empregos temporários, o período que antecede o fim de ano deve ser ainda melhor em Campinas. No shopping Galleria, o número de vagas crescerá 20% em relação a 2007. No Iguatemi, a seleção de currículos já acontece.
Serão 800 novos funcionários para as 281 lojas do Iguatemi, média de quase três contratados por estabelecimento, segundo o presidente da Associação de Lojistas, Carlos Maceiras. O vice-presidente da Associação de Lojistas do Galleria, Roberto Carlos Soares, justifica o crescimento da oferta com a inauguração de 15 lojas até o final do ano.
A dona de casa Márcia Aparecida Gomes, 30 anos, irá trabalhar numa vaga temporária pelo terceiro ano consecutivo. Com o salário, ela ajuda o marido nas despesas extras de fim de ano. Márcia afirma que, apesar de cansativo, devido ao alto movimento nas lojas, o esforço é válido, e dá uma dica para quem pretende optar por esse tipo de emprego: envie o currículo às lojas, pois apesar de as contratações serem feitas durante o mês de novembro, muitos locais já estão fazendo a seleção. As grandes redes são mais concorridas e rigorosas, mas também são as que oferecem mais chances de o funcionário temporário ser efetivado ao fim do contrato.