22/10/2008

Por que a taxa Selic não deve cair este ano?

por Cristiane Balloni
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reajustou em setembro a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual. A taxa de juros que remunera os títulos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) estava em 13% ao ano e passou a 13,75% com a intenção de manter a inflação dentro das metas estipuladas pelo governo federal.
Nos dias 28 e 29 de outubro o Copom se reunirá novamente para outra discussão. A expectativa é de que a Taxa Selic se mantenha alta pelo menos até o fim deste ano. Segundo o economista Rodrigo Lepski, o juro básico elevado no caso brasileiro se deve ao fato de os títulos brasileiros serem considerados mais arriscados do que os norte-americanos, por isso a volatilidade maior no preço. “Ativos mais arriscados indicam taxas de retorno mais elevadas”, resume. “Quando ocorre uma instabilidade como a atual, os investidores procuram ativos mais seguros. Para os países detentores de perfil de risco maior (como o Brasil) só resta aumentar ainda mais a taxa de referencia para os mercados.”
A taxa Selic, também conhecida como taxa média do over, é a taxa que remunera os títulos públicos. Definida periodicamente pelo Banco Central, ela é referência básica para os investidores definirem sua taxa de captação e empréstimo, pois trata-se do risco mínimo de aplicação pela pressuposição de que o governo é a entidade de credibilidade máxima como instituição participante do mercado financeiro. Essa taxa não é fixa e varia praticamente todos os dias, mas dentro de um intervalo muito pequeno, já que, na grande maioria das vezes, ela tende a se aproximar da meta da Selic.
“Como os mercados financeiros internacionais estão extremamente interligados, a remuneração dos títulos dos diferentes países são interdependentes. Dessa forma, o Brasil não pode fixar sua taxa a um patamar abaixo do seu perfil de risco, uma vez que isso incorreria na saída dos investimentos”, afirma Lepski.

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