23/10/2008

Por que investir em imóveis?

por Daniella Rolim
Num período de 24 meses, o Federal Reserve, banco central americano, derrubou a taxa de juros de 6% ao ano para 1% ao ano para estimular a economia. Esse dinheiro fácil inundou o mercado, fez dobrar o valor das moradias e estimulou as empresas a emprestar sem critérios e sem garantias, com base em inovações do mercado financeiro.
Essa ficção financeira movimentou US$ 1,5 trilhão e ajudou os bancos de investimento a movimentar muito mais dinheiro do que poderiam em circunstâncias normais. Quando o preço das casas começou a cair – ou seja, voltar ao normal -- e os endividados deixaram de pagar as prestações dos imóveis, tudo ruiu. Esse é o cenário da economia atual. Por que então o setor imobiliário, onde todo esse caos começou, gera tantos atrativos por parte dos investidores?
Do universo dos investimentos alternativos, o investimento imobiliário ganha peso, não só pelas rentabilidades que tem proporcionado, mas também pelo desenvolvimento que esse segmento tem mostrado nos últimos anos.
Para o gerente de uma imobiliária de Campinas Sérgio Fogaça é possível sim boa rentabilidade no setor imobiliário, desde que a aplicação seja feita com base em informações detalhadas do mercado. “No caso dos imóveis, é preciso considerar a valorização do bem, que pode ser potencializada se o investidor conhecer o setor e souber em qual região aplicar”, explica.
Segundo pesquisas feitas pelo Sindicato do Setor Imobiliário de São Paulo (Secovi), em 2007, investir em imóveis para locação rendeu mais do que a poupança. Enquanto a locação teve rentabilidade média de 0,8%, a poupança rendeu em torno de 0,6%, na média do ano.
Estatísticas e perspectivas animadoras tendem a atrair número cada vez maior de investidores para o setor. Comprar um imóvel pode ser boa opção de investimento se forem seguidas algumas recomendações, como ficar atento ao cenário atual do mercado financeiro e escolher a melhor época para investir. Independentemente das oscilações do mercado, obter lucro em qualquer transação comercial requer, obrigatoriamente, uma eficiente estratégia de negócio.
Crédito tende a diminuir -- Entretanto, é válido ressaltar um fator importante: a forte queda da Bolsa e a paralisação do crédito atingiram as construtoras brasileiras, e o número de empreendimentos lançados deve sofrer forte redução nos próximos meses. A previsão foi feita pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Sérgio Watanabe. Embora o sistema de financiamento da compra de imóveis (poupança e FGTS) esteja fora da crise, as construtoras estão sendo obrigadas a financiar a execução da obra num cenário pouco amistoso para a tomada de crédito.

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